Somos Todos Macacos Coisa Nenhum




A reação foi rápida. Horas depois de Daniel Alves reagir com maestria a uma provocação racista, Neymar postou no Instagram uma foto segurando uma banana com a hashtag “somostodosmacacos”. O protesto viralizou e ganhou a adesão de famosos:  Luciano Huck e Angélica, Ivete Sangalo,  Alexandre Pires e até Inri Cristo posaram com a banana.
Seria tudo lindo e altruísta não fossem duas coisas.
A primeira é que nós, negros e pardos, não somos e nem gostamos de ser chamados de macacos. Chamar uma pessoa de cor de macaco é um dos xingamentos mais comuns e cruéis. Coloca o negro em uma posição subalterna em relação ao branco, ao aludir a um animal que apesar de semelhante aos humanos está alguns andares abaixo na escala evolutiva. É pesado e cheio de subtextos, diferente de “tição”, por exemplo, que alude só ao tom da pele.
Admitir que “somos todos macacos” é uma defesa equivocada e perigosa. Equivocada porque nenhum racista questiona que os humanos são primatas. Perigosa porque traz o significado implícito de que somos todos iguais, mas para combater o racismo de frente é melhor destacar as diferenças.
O outro problema é que o movimento “Somos todos macacos” não foi tão espontâneo. A sacada de Neymar na verdade já estava planejada por uma agência de publicidade. Até aí tudo bem, porque as ofensas são tão corriqueiras que não surpreende deixar uma resposta pronta.
Só que hoje a grife do Luciano Huck lançou a camisa referente à campanha. Com uma estampa fazendo referência à manjada banana de Andy Warhol, está sendo vendida a 69 reais. A imagem promocional mostra um casal de modelos brancos.
Daniel Alves protestou com espontaneidade e irreverência. Seu ato já pode ser considerado um marco na luta contra o racismo no futebol. Mas não significa que devemos dar de ombros para o racismo e achar que a melhor saída é ignorar a ofensa. Ele fez o melhor que possível naquele momento, em pleno campo e antes de cobrar um escanteio.
Foi notícia no mundo inteiro e o problema do racismo voltou para a agenda de discussão sem a necessidade de hashtags artificiais e famosos forçando semblante indignado no Instagram.
Aí vem a tal campanha e na cola dela uma camisetinha bem oportunista, sem buscar questionamentos mais elaborados sobre a questão racial. Tudo bem superficial, na velocidade das redes sociais, sem se prender a questões mais profundas como defender cotas raciais ou questionar porque morrem mais negros do que brancos por causas violentas.
Talvez porque, como eles dizem, “somos todos macacos”, ou seja, iguais, e racismo é uma coisa de idiotas que estão lá do outro lado do mundo.

Área 51

A instalação militar secreta mais famosa do planeta fica a menos de 160 quilômetros de Las Vegas, Nevada, nos EUA. Muitos rumores rondam essa base, da mesma forma que a aeronave misteriosa que gira e manobra nos céus. Apesar de ser conhecida por muitos nomes, a maioria das pessoas a chama pela designação da Comissão de Energia Atômica (AEC): Área 51.


Existem muitas teorias sobre como a Área 51 recebeu esse nome. A mais popular é que a instalação faz fronteira com o Local de Teste de Nevada (NTS, Nevada Test Site). A AEC usou o NTS como base de teste para bombas nucleares. O NTS é mapeado como uma tela quadriculada que é numerada de 1 a 30. A Área 51, apesar de não fazer parte dessa tela, faz fronteira com a Área 15. Muitos dizem que o local recebeu o nome de Área 51 devido à transposição dos números 1 e 5 de sua vizinha. Outra teoria popular é que o número 51 foi escolhido porque ele não seria usado como parte do sistema do NTS no futuro (no caso do NTS se expandir).
O primeiro uso documentado do nome Área 51 vem de um filme feito pela empresa Lockheed Martin. Também existem documentos não-confidenciais das décadas de 60 e 70 que se referem a uma instalação chamada Área 51. Atualmente, os oficiais se referem à instalação como um local de operações próximo do Lago Groom quando falam ao público: todos os nomes oficiais para o local parecem ser confidenciais.




A verdade sobre a rede globo Muito além do Cidadão KANE o documentário proibido



 (Muito Além do Cidadão Kane, no Brasil é um documentário televisivo britânico de Simon Hartog exibido em 1993 peloChannel 4, emissora pública do Reino Unido. O documentário mostra as relações entre a mídia e o poder do Brasil, focando na análise da figura de Roberto Marinho. Embora o documentário tenha sido censurado pela Justiça, a Rede Record comprou os direitos de transmissão exclusiva, por 20 mil dólares do produtor John Ellis.
A obra detalha a posição dominante da Rede Globo na sociedade brasileira, debatendo a influência do grupo, seu poder e suas relações políticas, que os autores do documentário vêem como manipuladoras e formadora de opinião.3 O ex-presidente e fundador da Globo Roberto Marinho foi o principal alvo das críticas do documentário, sendo comparado a Charles Foster Kane, personagem criado em 1941 por Orson Welles para o filme Cidadão Kane, um drama de ficção baseado na trajetória de William Randolph Hearst, magnata da comunicação nos Estados Unidos. Segundo o documentário, a Globo empregaria a mesma manipulação grosseira de notícias para influenciar a opinião pública como fazia Kane no filme.
De acordo com matéria veiculada na Folha Online em 28 de agosto de 2009, a produtora que montou a filmagem é independente e a televisão pública britânica não teve qualquer relação com seu desenvolvimento. Já a Record sustenta que a BBC, outra emissora pública do Reino Unido, estaria relacionada com sua produção.

Sinopse

O documentário acompanha o envolvimento e o apoio da Globo à ditadura militar brasileira, sua parceria com o grupo estadunidense Time Warner (naquela época, Time-Life), algumas práticas vistas como manipulação feitas pela emissora de Marinho (incluindo um suposto auxílio dado a uma tentativa de fraude nas eleições de 1982 para impedir a vitória de Leonel Brizola, a cobertura tendenciosa do movimento das Diretas-Já, em 1984, quando a emissora noticiou um importante comício como um evento de comemoração ao aniversário de São Paulo, e a edição, para o Jornal Nacional, do debate do segundo turno das eleições presidenciais brasileiras de 1989, de modo a favorecer o candidato Fernando Collor de Mello frente a Luís Inácio Lula da Silva), além de uma controversa negociação envolvendo ações da NEC Corporation e contratos governamentais à época que José Sarney era presidente da República.
O documentário apresenta depoimentos de destacadas personalidades brasileiras, como o cantor e compositor Chico Buarque de Hollanda, que na época tinha um programa na emissora,os políticos Leonel Brizola e Antônio Carlos Magalhães, o ex-Ministro da Justiça Armando Falcão, o publicitário Washington Olivetto, o escritor Dias Gomes, os jornalistas Walter Clark,Armando Nogueira e Gabriel Priolli e o ex-presidente do Brasil Luís Inácio Lula da Silva.

Controvérsia sobre direitos britânicos

O documentário foi transmitido pela primeira vez em setembro de 1993 no Channel 4 do Reino Unido. A transmissão foi adiada em cerca de um ano, pois a Rede Globo contestou os produtores de "Muito Além do Cidadão Kane", baseando-se em leis britânicas, devido ao uso sem permissão de pequenos fragmentos de programas da emissora para fins de "observação crítica e de revisão".
Durante este período, o diretor Simon Hartog morreu após uma longa enfermidade. O processo de edição do documentário foi assumido por seu coprodutor, John Ellis. Quando pôde ser finalmente transmitido, cópias do documentário foram disponibilizadas pelo Channel 4 ao custo de produção.
A primeira exibição pública do filme no Brasil ocorreria no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM-RJ), em março de 1994. Um dia antes da estréia, a polícia militar recebeu uma ordem judicial para apreender cartazes e a cópia do filme, ameaçando, em caso de desobediência, multar a administração do MAM-RJ. O secretário de cultura acabou sendo despedido três dias depois.[carece de fontes]
Durante os anos 1990, o filme foi mostrado em universidades e eventos sem anúncio público de partidos políticos. Em 1995, a Globo entrou com um pedido na Justiça para tentar apreender as cópias disponíveis nos arquivos da Universidade de São Paulo (USP), mas o pedido foi negado.[carece de fontes] O filme teve acesso restrito a grupos universitários e só se tornou amplamente visto a partir do ano 2000, graças à popularização da internet.

Distribuição e visualização na internet


Rede Globo tentou comprar os direitos de exibição do programa no Brasil, provavelmente para tentar impedir sua exibição.Entretanto, antes de morrer, Hartog tinha feito um acordo com organizações brasileiras para que os direitos de exibição do documentário não caíssem nas mãos da Globo, a fim de que este pudesse ser amplamente conhecido tanto por organizações políticas quanto culturais. A Globo perdeu o interesse em comprar o filme quando os advogados da emissora descobriram isso, mas até hoje uma decisão judicial proíbe a exibição deBeyond Citizen Kane no Brasil.
De acordo com Ellis, nos anos 1990 a direção da Record havia tentado comprar os direitos de exibição do documentário, mas "percebeu que haveria uma disputa judicial com a TV Globo a respeito das muitas imagens retiradas da programação deles. Então decidiu não comprá-lo". No entanto, em agosto de 2009, no auge de uma troca de acusações mútuas entre as emissoras, provocadas por acusações de lavagem de dinheiro da Igreja Universal do Reino de Deus, a Record comprou os direitos de transmissão do documentário por aproximadamente 20 mil dólares, e espera a autorização da justiça para transmiti-lo.
Apesar da decisão judicial, muitas cópias ilegais em VHS e DVD do filme vem circulando no país desde então. O documentário está disponível na íntegra na internet, por meio de redes peer-to-peer e de sítios de partilha de vídeos como o Google Video e o YouTube (onde já foi visto 1 milhão de vezes)

Livro


Quando era funcionário do Museu da Imagem e do Som de São Paulo (MIS-SP) à época do lançamento do documentário, Geraldo Anhaia Mello havia promovido exibições públicas deste. Quando soube, o então secretário de cultura da cidade, Ricardo Ohtake, proibiu as exibições, com a alegação de que a cópia do acervo era pirata. O pedido de proibição veio de Luiz Antônio Fleury Filho, então governador do São Paulo. Mello se encarregou de fazer cópias do documentário e, juntamente com outras pessoas, de sua dublagem e distribuição. O livro, que veio logo depois, se trata de uma transcrição em português do roteiro e das entrevistas, exceto alguns trechos de entrevistas de rua ou cenas do acervo da Globo. Os trechos não dublados no vídeo estão presentes na transcrição.
Em entrevista a Folha de São Paulo, publicada no caderno "Mais!" em fevereiro de 2008, o produtor do documentário, o professor britânico John Ellis do departamento de mídia e artes daUniversidade de Londres, revelou que tanto a Globo quanto a Record tentaram comprar os direitos do filme nos anos 90 - a primeira para engavetá-lo, a segunda para exibi-lo. Ellis teria dito também que o título nunca foi proibido ou embargado pela Justiça brasileira.



Aokigahara, a floresta da morte




Localizado a oeste da base do Monte Fuji, Aokigahara talvez seja a mais infame floresta em todo Japão e um dos lugares mais temidos do país. 

Conhecida pelos japoneses por vários nomes, ela é mais comumente chamada de "Mar de Árvores", um título adequado pela quantidade impressionante de árvores crescendo lado a lado. Infelizmente, ela é conhecida também como "Floresta do Suicídio" graças ao número assombroso de suicídios ocorrendo em seu interior. Finalmente, ela é também chamada de "Floresta do Demônio", em decorrência das várias lendas sobre espíritos malignos e assombrações que a cerca. 

Aokigahara é considerado por muitos visitantes como um "lugar perfeito para morrer" e ela é o segundo lugar do mundo em quantidade de suicídios (perdendo apenas para a Ponte Golden Gate, na cidade de San Francisco).

Mas o que leva pessoas a isso? E o que esse lugar tem de especial?
Diz a lenda que tudo começou com uma novela publicada pela famosa escritora Seicho Matsumoto. A estória intitulada Kuroi Kaiju (Mar Negro de Árvores) foi publicada em 1960. A novela termina com dois amantes cometendo suicídio em plena floresta, e as pessoas acreditam que foi essa estória que deu origem a coisa toda. Entretanto, muitos acreditam que a prática de suicídios em Aokigahara é bem mais antiga, e que a autora apenas incluiu essa informação na sua estória. De fato, muitos consideram que o lugar tem uma longa associação com morte e desespero. Segundo rumores, centenas de pessoas usaram as árvores da floresta para se enforcar.

O controverso bestseller de Wataru Tsurumui publicado em 1983, "The Complete Suicide Manual" (O Manual Completo do Suicida), descreve várias maneiras de se cometer suicídio e chega a recomendar Aokigahara como um lugar perfeito para se morrer. Aparentemente esse "manual" também é encontrado com frequência entre os objetos pertencentes a indivíduos que cometeram suicídio na floresta, normalmente não muito distante da vítima. Inquestionavelmente, o método preferido de suicídio nas imediações da floresta é o enforcamento.

A taxa de suicídios no Japão é incrivelmente alta, uma das mais elevadas nos países desenvolvidos. Ter essa floresta e um manual completo ensinando a cometer suicídio não ajuda a equilibrar esse percentual. A despeito de muitos esforços do governo para prevenir suicídios e manter guardas para afastar potenciais candidatos a se matar, a taxa de mortes auto-infligidas no Japão continua a aumentar.

Não bastasse a fama atual da floresta, existem estórias sinistras a respeito de Aokigahara que remontam ao período medieval. Diz a lenda que nos velhos tempos, as famílias abandonavam crianças, mentalmente incapazes e velhos na floresta para que morressem de fome, sobretudo em períodos de escassez de alimentos. Crianças nascidas com problemas físicos costumavam ser amarradas nas árvores ou eram simplesmente abandonadas à própria sorte. Velhos ou inválidos eram levados para a floresta e deixados em algum lugar remoto de onde não conseguiam retornar. Estórias sobre cegos ou deficientes deixados na floresta fazem parte do folclore local. 

Em períodos de necessidade ou tragédia, a prática era extremamente comum, tanto que um dizer que sobrevive no Japão até os dias atuais é "ser deixado na floresta", expressão usada em casos nos quais a pessoa se sente abandonada ou sem perspectivas.

As pessoas abandonadas na floresta demoravam a morrer, mas quando acontecia era por fatores como fome, exposição ao clima que pode atingir temperaturas baixíssimas ou mesmo de medo. A fama de assombrada acompanha a floresta há muito tempo, tanto que crianças e velhos temiam ser abandonados nesse lugar pelos seus pais ou protetores. Não se duvida que "vou te deixar na floresta" fosse uma ameaça para crianças que não se comportavam e mesmo para velhos.  
Aokigahara é tido como um dos lugares mais assombrados do Japão e a quantidade de relatos sobre vozes desencarnadas, sombras misteriosas e sensações inquietantes em seu interior é alarmante. Os fantasmas mais frequentemente vistos no lugar, os Yurei, costumam saltar de árvore em árvore. Dizem que eles vestem longas roupas brancas e suas faces são transfiguradas pelo horror, pelo medo e loucura. Aqueles que vêem um desses espíritos amaldiçoados ficam paralisados e não conseguem correr ou se afastar. Os músculos parecem ficar congelados, o sangue não corre nas veias e um frio domina todo o corpo. Os fantasmas se aproximam então e arrastam as vítimas apavoradas para as profundezas da floresta.

As lendas de fantasmas são tantas que alguns parentes de pessoas que se suicidam nos arredores da floresta preferem culpar essas manifestações pelo infortúnio de seus entes queridos levados ao desespero. A negação faz com que muitos afirmem categoricamente que muitos suicidas são na verdade vítimas das assombrações diabólicas.

Espiritualistas japoneses acreditam que a quantidade de suicídios cometidos na floresta de alguma forma conspurcou o solo de Aokigahara, gerando uma área de atividade paranormal que impede muitos dos que entram em seus limites de escapar com vida. Mediuns entrevistados no local afirmam que as próprias árvores e arbustos tendem a conspirar contra a sanidade das pessoas, forçando-as aos seus limites.


As lendas em Aokigahara são tantas que os guardas do parque raramente ficam muito tempo no serviço. Mesmo entre eles, a quantidade de suicídios é grande.

A topografia de Aokigahara também não ajuda a tranquilizar os visitantes. A vasta floresta protegida pela UNESCO cobre uma área de 3,500 hectares forrado de árvores tão próximas que no meio da tarde se faz necessário usar uma lanterna para se guiar pelo local, tamanha a escuridão. O solo é escuro e na maior parte do ano enlameado. Há também poucos animais e o silêncio perene é enervante. Ouvir um pássaro cantando na floresta é algo incrivelmente raro. As áreas que não são cobertas de árvores, troncos e de um denso tapete de folhas secas, são pedregosas, frias e coalhadas de cavernas, muitas das quais com risco de desabamentos. Nestas cavernas já foram encontrados restos humanos de indivíduos que se perderam e procuraram refúgio no interior das cavernas. Uma péssima ideia já que a temperatura nessas grutas rochosas pode cair abruptamente provocando congelamento.

A floresta é famosa por ser um lugar fácil de se perder. Não há como se guiar através das estrelas e as trilhas existentes tendem a ficar cobertas de folhas e vinhas. O solo é incerto, com buracos cobertos dessas folhas que podem engolir uma pessoa adulta. No fundo desses grotões há depósitos de fungos e uma espécie de urtiga venenosa que pode matar alguém alérgico em poucos minutos. Mesmo a sadia prática do hiking não é estimulada na floresta e as pessoas que insistem em fazê-lo são recomendadas a JAMAIS andar sozinhas. Há alguns anos, um grupo de turistas encontrou um desses grotões e por pouco um deles não morreu caindo em seu interior. Os guardas foram chamados e encontraram ali dentro ossadas antigas de pelo menos três pessoas. 

O lugar possui um outro fator de estranheza que só vem a somar com o clima bizarro reinante. Telefones celulares, aparelhos de GPS e até mesmo bússolas tendem a falhar em virtude de ricos depósitos de ferro na área e do solo vulcânico. Esse fator por si só, por muitos anos foi suficiente para perpetuar incontáveis casos de desaparecimento na região.     
Além dos inconvenientes restos humanos que por vezes podem ser encontrados "brotando" no solo da floresta, há sinais macabros em todo canto que não deixam o visitante esquecer a natureza soturna do lugar. Cordas penduradas aqui e ali, marcas arranhadas em troncos de árvores com últimas palavras e fotos deixadas por parentes para lembrar dos suicidas. Há ainda placas colocadas pela polícia onde se lê: "Sua vida é preciosa, não dê um fim a ela" ou "Por favor, fale com um conselheiro se você está passando por uma situação de crise". Essas frases tentam desencorajar possíveis suicidas. Julgando pelo aumento de mortes na floresta, a política parece não ter surtido efeito.  


Em meados de 1970 a quantidade de suicídios no Japão se tornou uma preocupação legítima na floresta. Uma vez por ano, a floresta fica fechada por uma semana, período em que as autoridades realizam uma varredura em busca de suicidas não localizados e restos humanos. Em 2002, 78 corpos foram encontrados em Aokigahara, ultrapassando o recorde anterior de 74 corpos em 1998. Em 2003, o número foi de 100.

Nos últimos anos, o governo local deixou de publicar o número de suicidas encontrados e o de tentativas reportadas, acreditando que a divulgação servia como um incentivo. Estimativas não oficiais afirmam que em 2004, 108 pessoas teriam desaparecido na área de Aokigahara. Em 2010, o número teria saltado para 247 tentativas, e 128 suicídios bem sucedidos. Mas esse número se refere apenas aos suicídios e tentativas confirmadas, sendo possível que o número real seja muito maior. Quem sabe quantos mais não foram achados?

É surpreendente que um lugar com uma estória tão macabra seja tão pouco conhecido. O fato é que a natureza estranha da floresta, faz com que os japoneses comentem pouco a respeito desse lugar. Muitos o consideram como um verdadeiro tabu e preferem sequer falar a respeito dela.

As pessoas que vivem nas proximidades de Aokigahara sofrem uma espécie de descriminação direta por habitar uma área considerada agourenta. É curioso verificar que certas superstições ainda prevalecem, mesmo em uma nação moderna como o Japão. Indivíduos que vivem nas cercanias da floresta são evitados e muitas pessoas mentem a respeito de sua residência para se manter no emprego e preservar amizades. No Japão existe uma crença antiga de que as pessoas costumam carregar consigo a carga emocional do lugar em que vivem ou dormem. Não é de se estranhar que a região da floresta seja considerada como uma área cuja carga emocional é definitivamente negativa.



O mesmo acontece, é claro, com os guardas que são contratados para proteger a floresta e coibir os suicidas. Uma das atribuições deles é carregar os corpos, varrer o lugar em busca de indícios de invasores e recolher objetos abandonados ou descartados no interior. Muitos desses objetos são guardados em uma sala que se converteu em uma espécie de museu macabro, reunindo centenas de itens que pertenceram aos suicidas. Uma das superstições que vigora no Japão diz respeito a não tocar em nada que pertenceu a um suicida - pois fantasmas podem sentir ciúmes de suas possessões materiais. Tocar em tais objetos, atrai azar e a ira dos vingativos yurei.    

Para tornar tudo ainda mais estranho, as autoridades japonesas começaram a reportar uma prática macabra cada vez mais frequente. Indivíduos convergem para a floresta de madrugada para procurar ossos e objetos que pertenceram aos suicidas. Alguns ocultistas e membros de seitas, acreditam que tais objetos permitem que a pessoa exerça domínio e poder sobre o espírito do suicida, para escravizá-lo e usá-lo como arma contra inimigos ou desafetos. Cerimônias bizarras no interior da floresta foram denunciadas e coibidas e indivíduos foram processados por subtrair ossadas. 

Nos últimos anos tem havido uma campanha para conscientização e valorização da vida. O governo tenta desmistificar através desses programas o tema, mas os programas ainda não causaram o impacto desejado. 

A Floresta de Aokigahara continua sendo um lugar assustador e provavelmente continuará assim por um bom tempo.

Um documentário sobre esse trágico lugar:




PERGUNTAS PARA QUAIS A CIÊNCIA NÃO TEM RESPOSTA

Estamos explorando o universo, de uma forma ou de outra, desde que nos conhecemos por gente. Os antigos egípcios já observavam os astros e, baseados neles, formularam um calendário de 365 dias, como o nosso. Na Idade Média, a discussão era se a Terra era, como pregava a Igreja Católica, o centro do sistema solar ou se nosso planeta era apenas mais um, com a pequena diferença de que nós moramos aqui.
Passados esses questionamentos, a ciência atual enfrenta outras perguntas sem respostas – tão ou mais importantes do que as que atormentavam Galileu Galileu, Nicolau Copérnico e companhia.
Entretanto, não é apenas no campo espacial que o mundo científico ainda desconhece a resposta para perguntas tão fundamentais como “o que é o tempo?”. Até mesmo a nossa própria condição humana nos trás um pouco de mistério. Se, afinal de contas, somos apenas um amontoado de genes, por que somos tão diferentes dos nossos amigos cachorros ou, principalmente, dos nossos primos macacos?Acompanhe, na sequência, 5 grandes perguntas para as quais a ciência ainda não possui uma resposta definitiva.

Qual é a natureza da matéria e da energia escuras?



Nada mais nada menos do que 96% do nosso universo é feito de coisas que não sabemos muito bem o que são: aproximadamente 70% é constituído de energia negra, enquanto 26% corresponde à matéria negra (sim, sobram apenas
4% para todo o resto como estrelas, planetas, seres humanos, nossas casas, nossa comida etc).
A matéria e a energia escuras são, de uma maneira geral, soluções propostas para explicar alguns fenômenos gravitacionais e, até onde sabemos, são coisas distintas. O enigma vem do fato de que só sabemos de sua existência por meios indiretos, ao observar seus efeitos sobre o universo e ao tentar deduzir suas propriedades a partir deles.
A matéria escura foi proposta nos anos 1930 por Fritz Zwicky, cuja pesquisa resultou na constatação de que a energia da matéria luminosa contribui com menos de 1% da densidade média de energia do universo. Certamente existe mais matéria nas galáxias que não emite luz, mas as evidências indicam que há um limite máximo para a matéria normal – aquela feita de átomos, como eu, você, seu cachorro – presente no universo. Evidências apontam que, no máximo, 5% da densidade de massa-energia do universo e 20% da massa dos aglomerados está na forma de átomos.
É aí que entra a matéria escura. Muitos físicos e astrônomos acreditam que ela seja uma nova partícula ainda não detectada por aceleradores de partículas ou por raios cósmicos. Para ser uma partícula de matéria escura, é preciso que tenha muita massa, mais do que um nêutron, e interaja de maneira tímida com a matéria normal, de forma que dificilmente reaja produzindo luz.
Aparentemente, a matéria escura é responsável pelas estruturas que vemos no universo, como galáxias e aglomerados – ou seja, é ela que “segura” estes objetos imensos, não deixando que se desfaçam.
Já a energia escura tem sua origem nos trabalhos para entender a expansão acelerada do universo. Uma das especulações é que a aceleração é consequência de uma nova forma de matéria, que também não foi detectada até agora. Sabemos, no entanto, de que se trata de uma “energia” porque ela contribui com cerca de 70% da energia total do universo. Se descobrirmos o que é, podemos então trocar o nome para algo menos misterioso.
Em termos gerais, a matéria escura atrai e a energia escura repele. A matéria é usada para explicar uma atração gravitacional maior que a esperada, enquanto a energia revela uma atração gravitacional negativa.
Os maiores cientistas do nosso tempo trabalham no problema e nossa melhor tecnologia está examinando o cosmos, mas, por enquanto, não há outra explicação para os efeitos que observamos: a matéria escura e a energia escura são reais. Só que não sabemos muito mais do que isso.

Estamos sozinhos no universo?




Mais do que determinar a consistência do nosso universo, somos obcecados por saber se existe vida além do nosso planeta.
Neste ano, o telescópio espacial Kepler, da Nasa, identificou (mais) dois sistemas planetários que podem abrigar vida fora do sistema solar. Dos cinco corpos que orbitam a estrela Kepler-62, que fica a 1.200 anos-luz de distância da Terra, há chances de dois deles terem água líquida na superfície. Mas essa é a só a ponta do iceberg.
Dos 1.235 planetas suspeitos até agora, cerca de um terço estão em sistemas multiplanetários solares como o nosso. A julgar por essas descobertas, parece que os planetas são tão numerosos quanto grãos de areia.
Há 25 anos, apenas 9 planetas eram conhecidos, todos em nosso sistema solar. Nós só podíamos imaginar o resto, alimentados por um rico acervo de ficção científica, para o qual o espaço exterior era uma fonte inesgotável de ideias. A situação, no entanto, é diferente agora.
Mesmo assim, encontrar exoplanetas – ou seja, aqueles que estão fora do nosso sistema solar – não é tarefa fácil. Eles não emitem luz própria, apenas refletem a luz de suas estrelas. Dadas as distâncias interestelares envolvidas, até mesmo as estrelas mais próximas de nós não são muito visíveis, por isso identificá-los é um desafio tecnológico.
Uma das formas encontradas pelos cientistas para procurar vida extraterrestre em potencial é observar a oscilação rítmica de uma estrela como o nosso sol, criada pela força gravitacional de um planeta em sua órbita.
Existem maneiras de detectar planetas menores. A nave espacial Kepler foi especificamente projetada para varrer uma parte da Via Láctea e descobrir dezenas de planetas do tamanho da Terra perto de sua zona habitável – região em que a vida como a conhecemos é possível –, determinando quantas das bilhões de estrelas em nossa galáxia possuem tais planetas. Kepler monitora continuamente 145 mil estrelas da Via Láctea.
Também, uma nova equipe internacional de astrônomos apresentou provas convincentes de que nossa galáxia está cheia de planetas do tamanho de Júpiter, à deriva entre as estrelas. A descoberta foi feita por meio de uma técnica ainda mais misteriosa: as microlentes gravitacionais. Com base na premissa de Einstein de que a gravidade dobra a luz, é possível ver objetos escuros no céu, medindo a luz que dobra das estrelas por trás deles. Desta forma, os astrofísicos viram 10 planetas andarilhos, e estima-se que pode haver um ou dois deles para cada uma das cerca de 200 bilhões de estrelas na Via Láctea.
E se planetas do tamanho de Júpiter, que são mais fáceis de detectar, existem aos bilhões, certamente deve haver muitos outros planetas do tamanho da Terra lá fora, girando em torno de suas estrelas a uma distância certa para sustentar a vida. Mas simplesmente não sabemos ainda. E não podemos descartar a hipótese, a propósito, de que em algum lugar, existam criaturas inteligentes, moldadas por uma confluência de eventos improváveis ou forças sobrenaturais, olhando para o céu neste exato momento e pensando “será que estamos sozinhos?”.

O que é o tempo?


Estamos tão acostumados com ele, que raramente paramos para refletir sobre o tempo. Afinal, a passagem do tempo é muito clara: ontem foi passado, hoje é o presente e amanhã será futuro. Mas nem tudo é tão simples assim.
A ideia de que o tempo é uma linha ligando o passado, o presente e o futuro traz um questionamento: seria o tempo uma “direção”? Afinal, nós parecemos estar nos movendo para frente no tempo, mas só podemos ver eventos que já ocorreram.
O que acontece é que medimos a passagem do tempo com base no movimento. Pense: os dias, meses e estações do ano são cíclicos. Temos a impressão de que o tempo está indo para frente, mas podemos muito bem estar andando em círculos. Além disso, condicionamos nossas ações com o tempo: dizemos que um carro levou horas para fazer um percurso ou que o coração de uma pessoa bate um determinado número de vezes por minuto.
“O tempo pode ser apenas uma ‘moeda comum’ ou uma unidade de movimento com a qual todos os outros movimentos são medidos, tornando mais fácil a descrição do mundo, mas sem ter uma existência independente”, sugere Rawy Shaaban, um dos autores da página “Across the Universe: from quarks to quasars”. “Medir processos (de movimento) usando tempo é como usar dinheiro ao invés de troca direta de mercadorias”.
Curiosamente, o presente não pode ser restrito a uma medida de tempo. Quanto dura o “agora”? Um segundo? Um milésimo de segundo? Podemos até considerar que o presente, teoricamente, não existe. Afinal, quando os estímulos externos chegam ao nosso cérebro, o que aconteceu já é passado. E o futuro ainda está por vir. Vivemos nesse pequeno (e, ao mesmo tempo, imensurável) intervalo entre o passado e o futuro, que pode nem existir.
“Isso sugere que nossa percepção do tempo como passado, presente e futuro pode ser apenas uma ilusão criada por nossa mente em uma tentativa de entender o mundo em transformação que nos cerca”, afirma Shaaban. Nesse caso, como as mudanças do mundo ocorreriam se não existisse o tempo? A pergunta inicial permanece.
Entretanto, nem todos concordam com a ideia de que o tempo não passe de um devaneio coletivo. “O tempo é supremo, e a experiência que todos nós temos de que a realidade é o momento presente não é ilusão, mas a mais profunda pista que temos sobre a natureza fundamental da realidade”, defende o físico teórico Lee Smolin.

Quais mudanças genéticas nos fizeram diferentes dos outros animais?


Cada geração de antropólogos se propõe a explorar a questão e tentar respondê-la: “O que nos torna humanos?”. O famoso paleontólogo Louis Leakey acreditava que fosse a capacidade de construir ferramentas que nos tornava únicos. Por isso, quando ele descobriu ossos de hominídeos perto de ferramentas de pedra na Tanzânia, em 1960, ele batizou o suposto grupo responsável pelas ferramentas de Homo habilis, o mais antigo membro do gênero humano.
No entanto, pouco tempo depois, a primatologista Jane Goodall demonstrou que chimpanzés também usam tipos de ferramentas, e hoje a discussão entre os pesquisadores é se os H. habilis realmente pertencem ao gênero Homo.
Elizabeth Culotta, da revista Science, conta que estudos posteriores creditaram o domínio dos humanos na Terra a traços tais como o bipedalismo, a cultura, as línguas, o humor e, claro, um grande cérebro. “No entanto, muitas dessas características também podem ser encontradas, pelo menos em algum grau, em outras criaturas – chimpanzés têm cultura rudimentar, papagaios falam e alguns ratos parecem rir quando recebem cócegas”, conta.
O que é incontestável é que os seres humanos, como todas as outras espécies, têm um genoma único, moldado por nossa história evolutiva. Com o genoma humano já mapeado e os dados sobre o genoma dos primatas começando a surgir, estamos entrando em uma era na qual pode se tornar possível identificar as mudanças genéticas que ajudam a nos separar de nossos parentes mais próximos.
As diferenças genéticas reveladas entre humanos e chimpanzés podem ser profundas, apesar de as estatísticas apontarem que apenas cerca de 1,2% do nosso DNA é diferente. Isso porque uma simples mudança de 1% pode afetar milhares de genes – e a diferença percentual se torna muito maior se você contar as inserções e deleções de cada um.
Mesmo se nós conhecermos os 40 milhões de sequências diferentes entre humanos e chimpanzés, o que elas significam? Provavelmente, muitos genes são simplesmente a consequência de 6 milhões de anos de deriva genética, com pouco efeito sobre o nosso corpo ou o nosso comportamento, enquanto outras pequenas mudanças – como, por exemplo, as sequências reguladoras, não codificadas – podem ter consequências dramáticas.
Chegamos a um novo dilema: apenas metade dos genes que nos diferenciam dos macacos é que pode definir um chimpanzé, em vez de um ser humano. Como é que podemos saber quais são eles?
Segundo Culotta, uma maneira é descartar os genes que foram favorecidos pela seleção natural nos seres humanos. Estudos que buscam sinais sutis de seleção no DNA dos seres humanos e outros primatas identificaram dezenas de genes, em particular aqueles que estão envolvidos na interação patógeno-hospedeiro, reprodução, sistemas sensoriais como olfato e paladar, e muito mais.
“Porém, nem todos esses genes ajudaram a nos diferenciarmos dos nossos primos macacos, originalmente. Nossos genomas revelam que evoluímos em resposta à malária, mas não é a defesa da malária que nos torna humanos”, ressalta.
Alguns pesquisadores realizam mutações clínicas para poder rastrear a evolução dos genes – uma técnica que tem identificado uma boa quantidade de genes com potencial para explicar esse mistério. “Por exemplo, os genes MCPH1 e ASPM, quando mutados, causam microcefalia [condição neurológica em que o tamanho da cabeça é menor do que o normal], o FOXP2 causa defeitos na fala – e os três apresentam sinais de pressão de seleção durante a evolução dos humanos, mas não dos chimpanzés. Assim, eles podem ter desempenhado um papel na evolução de cérebros grandes e na fala dos seres humanos”, explica Culotta.
Mesmo com essas evidências, a resposta final dos cientistas ainda está em aberto. Uma compreensão completa das características exclusivamente humanas, no entanto, inclui mais do que apenas o DNA. Os cientistas podem manter a discussão com uma linguagem demasiadamente sofisticada ou utilizar termos genéricos como “cultura” ou “tecnologia”. Estamos na era do genoma, mas ainda somos capazes de reconhecer que é preciso muito mais do que genes para se fazer um ser humano.

É possível unificar as leis da física?


Para Charles Seife, da revista especializada “Science”, o Modelo Padrão da física de partículas é um poema inacabado. “A maioria das peças está lá e, mesmo inacabada, é sem dúvida a obra mais brilhante na literatura da física. Com grande precisão, descreve toda a matéria conhecida, incluindo todas as partículas subatômicas, como quarks e léptons, bem como as forças por meio das quais as partículas interagem umas com as outras”, diz.
As forças a que se refere são o eletromagnetismo, que descreve como objetos carregados sentem a influência de outros; a força fraca, que explica como as partículas podem mudar suas identidades; e a força forte, que descreve como quarks se unem para formar prótons e outras partículas compostas.
O problema é que algumas dessas peças que fazem parte do grande quebra-cabeça da física estão faltando – e algumas presentes não se encaixam muito bem. É o caso da gravidade, por exemplo.
Essas diferenças, entretanto, podem ser superficiais. O eletromagnetismo e a força fraca parecem muito diferentes entre si. Entretanto, ainda na década de 1960, os físicos mostraram que, em altas temperaturas, essas duas forças se “unificam”.
Torna-se evidente que o eletromagnetismo e a força fraca são realmente a mesma coisa, assim como fica óbvio que o gelo e água em estado líquido são a mesma substância se você aquecê-los juntos. Essa conexão deu aos físicos a esperança de que a força forte também pudesse ser unificada com as outras duas forças, produzindo uma grande teoria – um dos grandes mistérios da física atualmente.
Uma teoria unificada deve ter consequências observáveis. Por exemplo, se a força forte de fato é a mesma que a força eletrofraca, então os prótons podem não ser verdadeiramente estáveis, uma vez que, a longo prazo, eles devem decair espontaneamente.
Apesar de muitas pesquisas, ninguém observou, até hoje, o decaimento de um próton – assim como ninguém jamais avistou quaisquer partículas previstas por algumas modificações de melhoria do modelo padrão, como a supersimetria. Pior ainda, mesmo uma teoria unificada não estaria realmente completa – a não ser que ignorasse a gravidade.
A gravidade é uma força problemática. A teoria que a descreve, a da relatividade geral, presume que o espaço e o tempo são suaves e contínuos, enquanto a física quântica que rege as partículas subatômicas e as forças é inerentemente descontínua e agitada.
“A gravidade se confronta tão fortemente com a teoria quântica que ninguém ainda foi capaz de elaborar uma maneira convincente de construir uma teoria única, que inclui todas as partículas, as forças forte e eletrofraca e a gravidade – tudo em um grande e uniforme pacote”, conta Seife. No entanto, os físicos possuem, sim, algumas pistas. Talvez a mais promissora seja a teoria das supercordas.
Essa teoria tem um grande número de seguidores porque fornece uma maneira de unificar diversos elementos da física em uma teoria maior, com uma única simetria. Por outro lado, exige um universo com 10 ou 11 dimensões, montes de partículas ainda não detectadas, além de muita bagagem intelectual que nunca poderá ser verificada.
Podem existir dezenas de teorias unificadas, das quais apenas uma é correta, mas os cientistas jamais terão meios para determinar qual. Ou talvez a luta para unificar todas as forças e partículas seja em vão.
Nesse meio tempo, os físicos continuam a procurar o decaimento de prótons, bem como ainda buscam partículas supersimétricas no acelerador de partículas subterrâneo, o “Grande Colisor de Hádrons”, em Genebra, na Suíça. Ou seja, ainda esperam que, um dia, seja possível terminar o poema e encaixar todas as peças desse misterioso quebra-cabeça. [How Stuff WorksThe New York TimesScience MagazineScience Magazine]